Biografia não autorizada de Walter Sullivan - CAPÍTULOS XIII E XIV

Capítulo XIII: A morte tem hora marcada

O assassinato dos irmãos Locaine repercutiu como nenhum outro cometido por Sullivan. Todos estavam surpresos com a crueldade e a brutalidade desse serial-killer que não fazia questão alguma de esconder a autoria dos crimes. A polícia punha cada vez mais homens à procura do assassino, mas sem sucesso. Em apenas uma semana, oito pessoas já haviam sido assassinadas.

Ciente de tudo isso, Walter caminhava calmamente no centro da cidade de Ashfield. A maioria dos crimes aconteceu em Silent Hill, os esforços da polícia se concentrariam lá. Estava resolvido: os dois últimos sacrifícios aconteceriam em Ashfield mesmo. De repente, Walter pára em frente a uma loja. Já sabia exatamente quem seria o nono sacrifício...

. . .

Eram exatas 7 horas da manhã quando William Gregory abriu sua loa de conserto de relógios. Era um senhor com seus 60 anos, calvo e do tamanho que a velhice lhe deixara. Extremamente rigoroso com horários, abria a loja sempre às 7 da manhã e fechava às 6 da tarde, não importando se havia clientes ainda. E não faltavam clientes. Apesar da idade, era conhecido como o melhor relojoeiro da cidade, extremamente habilidoso, e não apenas com relógios, mas com qualquer outra mini-máquina.

Todavia, algo atormentava William. No fundo de sua loja, dentro de uma gaveta trancada, havia um relógio que fora deixado lá há uns 15 anos atrás por um homem de meia-idade totalmente vestido de preto. Logo ao ver o relógio, o relojoeiro viu que não era uma peça normal. Naquela mesma noite, ele teve um sonho muito estranho... Uma cesta com bolas de vôlei, um gato miando com dificuldade, um bolo de aniversário sobre uma mesa, bolas de sinuca batendo umas nas outras sem nenhum jogador. Esse sonho parecia querer dizer alguma coisa... Alguma coisa que William estaria prestes a descobrir.

A porta da loja se abriu. Um jovem vestido de preto entrou na loja. Era Sullivan.

-Olá. Eu sou um colecionador de antiguidades e gostaria de saber se o senhor tem algo à venda...
William pensou por um instante. Lembrou-se então do relógio “amaldiçoado”.

-Uma antiguidade... Sim, sim, venha comigo, por favor.

E chamou Walter para segui-lo até os fundos da loja.

-O que acha disso? – perguntou mostrando o relógio.

-É, muito bonito.

O velho olhou desconfiado. Apesar de estranho, o relógio realmente era um modelo antigo e provavelmente muito valioso...

-Desculpe-me perguntar, mas o senhor é mesmo um colecionador de antiguidades? E posso saber seu nome?

Walter sorriu. Olhou á sua volta e viu uma chave de fenda.

-Você é esperto, velho. Eu sou Walter Sullivan, autor dos oito assassinatos que estão apavorando a região.

Enquanto proferia essas palavras, Walter ia se aproximando da chave de fenda, até pegá-la e avançar pra cima de William. Atingiu-lhe um golpe próximo ao pescoço, causando uma intensa hemorragia. Ele ainda tentou se levantar e correr, mas não foi muito longe. Antes de desfalecer, ainda disse essas últimas palavras:

-Eu sabia que esse relógio tinha algo de estranho... eu... sabia...

Walter esperou William morrer para remover-lhe o coração. E deixou registrado no braço do defunto: 08/21.

Capítulo XIV: Dez corações

"Caramba viu... vida de balconista de bar não é nada fácil. Ter que ficar aguentando aquele bando de pinguços chorando e contando suas histórias de corno... Se duas vezes alguém que veio beber contou alguma história feliz foi muito..."

Eric Walsh secava os copos enquanto tinha tais pensamento. De repente, escuta a voz do seu patrão:

-Eric, vamos fechar essa birosca. Parece que o assassino do dono da loja de animais ainda não foi preso. E pior: mais uma pessoa foi morta e teve o coração removido, aqui pelas redondezas mesmo. Num to afim de correr riscos não. Pode ir, quando esse problema tiver sido resolvido e reabro e te chamo.

-Sim, senhor Gibbs. Até outro dia então.

-É, é, vai logo.

Do lado de fora do bar, Eric mal podia acreditar. Justo no dia do seu aniversário! Era bom demais para ser verdade! Com uma felicidade que não cabia dentro de si, entrou seu carro velho. Entretanto, Walsh tinha um sério problema de mudança de humor quando dirigia. Virava praticamente um demônio. A buzina não para de tocar um minuto. Sinal vermelho, faixa de pedestres, cruzamentos, mão única... Pra quê???

Nesse dia em especial, o motorista insano quase atropelou uma velhinha e não estava nem aí se era horário de saída das crianças da escola. Enfim, quase causou uma tragédia.

Ao chegar em casa e sair do carro, voltou ao seu estado normal. Mal podia esperar para deitar no sofá e aproveitar sua "folga de aniversário".
Assim que pôs a chave na porta, viu que ela não virava. A porta estava destrancada, mas não havia sinais de arrombamento. Encostou tentou ouvir algo lá dentro. Percebeu um som de bolas de bilhar batendo. Realmente tinha alguém lá dentro. Será que era sua família, querendo fazer uma surpresa de aniversário?

Eric resolveu entrar. Sobre a mesa, havia um belíssimo bolo de aniversário. A bolas da mesa de bilhar ainda se moviam de uma jogada recente. O sofá ainda estava morno, como se alguém tivesse acabado de levantar de lá.

Mas não havia ninguém em casa. Sala, cozinha, banheiro... Vazios. Apenas seu quarto estava com a porta entreaberta.

-Ahhh, estão aí, né! Hahahaha, parece que vocês não esperam que eu voltasse tão cedo hoje, não é?

Abriu a porta do quarto enquanto falava. Vazio. De repente, BAM! A porta se fecha com violência.

Um homem alto, loiro e vestindo um sobretudo surrado fita Eric com um olhar de gelar a espinha.

-Quem é você? Cadê minha família?

Silêncio. O homem ainda encarava-o. Walsh irritou-se.

-Ponha-se pra fora da minha casa agora! Ou eu chamarei a polícia!

-Faça isso. Até eles chegarem, tudo estará terminado. Há dez dias que espero por isso.

-Hã, dez dias? Terminado? Você é louco ou o que? Ora essa, eu vou chamar a polícia ago...

Eric calou-se. Tinha uma arma apontada para sua cabeça.

-Você já ouviu falar de mim. Sou Walter Sullivan, assassino de Steve Garland e outras oito pessoas que a mídia não divulgou. Você será aquele que completará a primeira parte do ritual.

-Vo-vo-ce vai me matar?

-Sim. Agora.

E atirou em Walsh, que cambaleou e caiu sobre a cama. Sullivan removeu-lhe o coração sem pressa e guardou-o na sua mala, junto dos outros nove. Deixou a marca 10\20 no defunto e, dessa vez, não deixou seu nome, mas sim um endereço.

Tenha bons sonhos, se puder...

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