Biografia não autorizada de Walter Sullivan - CAPÍTULOS VIII E IX

Capítulo VIII: Encontro com o demônio

Após matar Stone, Walter estava empolgado. Sentia que, dado o primeiro passo, seria capaz de fazer qualquer coisa. Estava agora em um trem, rumo a Pleasant River. Uma voz em sua cabeça dizia que ele não era o único que conhecia o culto naquela cidade.

Chegado a Pleasant River, Walter estava andando pela cidade. Estava trajando uma longa capa acinzentada e um chapéu. Não podia correr o risco de ser preso. Ainda. Quando passava em frente ao campus de sua antiga faculdade, cruzou com três garotos.

-Pois é, dizem que a morte do padre Jimmy em Wish House pode ter ligação a algum culto demoníaco.
-Ma-mas se-se-será q-que é verdade?
-Ora vocês dois. Já ouviram falar dos boatos que correm sobre aquele orfanato, não? Que o lugar é o centro da religião da Mãe Sagrada? Parece que os mitos da igreja de Silent Hill são reais... alguém quer invocar o demônio de Valtiel...

Ao ouvir essas últimas palavras, Walter deu meia-volta e dirigiu-se aos garotos. Estava furioso! Como alguém ousa dizer que a Mãe Sagrada é o demônio?! Mas... pensando bem, aqueles garotos poderiam ser úteis. Eles deveriam pagar por suas palavras. Acalmou-se, e disse de modo que os garotos ouvissem.

-Se quiserem conhecer um demônio de verdade, venham ao campus hoje à meia-noite.

Com essas palavras, Walter foi embora. Sabia que os garotos não resistiriam à curiosidade.

-E então? Eu pretendo ir. E você Sein? Jasper?
-Esse cara me pareceu muito estranho. Com certeza vou!
-Sein... Bobby... es-estou f-f-falando sério... num sei na-não...
-Não seja medroso Jasper. Tenho certeza de que você também está curioso.

Caía a noite. O três amigos estavam ansiosos. Pegaram um livro de rituais de Bobby e foram para o campus.
Já era meia noite. Os garotos estavam na frente do campus.


-Será que aquele cara falou sério? Ou era mais um tirando sarro da nossa cara?
-Bom, vamos descobrir já. Agora é meia-noite em ponto.
-Nã-não es-es-estou co-com um bom pre-pressenti-timento.

De repente, Walter sai surge das sombras. Bobby pergunta.

-O demônio... é seu amigo?
-Não, não é. Ora, vamos. Não precisam se esconder. Venham comigo.

Bobby e Sein foram. Mas Jasper não se moveu. Suas pernas tremiam freneticamente e algo não permitiu que ele se movesse. Já dentro do campus, próximo a um lago, Walter parou. Virou-se para os garotos e fitou-os por um tempo, com um brilho assassino nos olhos. Então, agarrou Bobby pelo pescoço e começou a estrangulá-lo.

-NÃO! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO! LARGA ELE! LARGA ELE! SOCORROOOOOOOO!!!

Walter não deu atenção. Os olhos do jovem estavam vermelhos, pareciam que iam saltar das órbitas. Seu corpo foi amolecendo, seus olhos viraram. Estava morto.

Sein ficou parado, catatônico. Walter se aproximou dele.

-Não... por favor, o que eu fiz pra você? O que Bobby tinha feito pra você?
-A Mãe Sagrada... É o demônio, não é? Pois eu vou provar o contrário, e vocês vão me ajudar nisso...

E agarrou o pescoço de Sein. Ele ainda tentou reagir, desesperado, golpeando as mãos e os braços de Walter. Mas não tinha força suficiente. Sentiu sua garganta estalar, como se tivesse sido arrebentada... Já era impossível respirar. Agora era só aguardar a morte.

Walter jogou o corpo inerte no chão. Pegou sua faca e removeu o coração de Bobby primeiro; depois o de Sein. Pôs ambos dentro do mesmo saco onde jazia o coração de Jimmy Stone. Na testa Bobby, escreveu os números 02/21 e na de Sein, 03/21. E com a faca ainda suja de sangue, escreveu seu nome na grama.

Quando saía, Walter viu que Jasper ainda estava lá, branco como cera e tremendo muito.

-Ainda escondido aí? Você não veio me ver, JASPER?

Apavorado, Jasper saiu correndo como louco. Sullivan sorriu.
No dia seguinte, Walter ouviu a notícia no rádio.

“Os corpos dos jovens Sein Martin e Bobby Randolph foram encontrados próximos ao lago do campus de Pleasant River. Ambos apresentavam sinais de estrangulamento. Como na morte do padre e mantenedor de Wish House, Jimmy Stone, os corpos tiveram o coração retirado e um número marcado: 02121 e 03121. A polícia investiga quem é Walter Sullivan, o possível responsável pelas mortes.”

Capítulo IX: Mágoas Passadas

Há mais de 20 anos...

“O pequeno Walter ia visitar sua mãe freqüentemente em Ashfield. Sempre que não conseguia vê-la, parava na loja de animais de Steve Garland e ficava olhando os animais, admirando como eles eram mais bem tratados e mais bem cuidados do que um ser humano. O dono da loja não aprovava nada uma criança no meio de seus animais e lançava olhares zangados para o garoto.

Às 18 horas Garland fechava a loja e saía passear com seus cães. Freqüentemente Sullivan ficava lá, do lado de fora olhando os animais pela vitrine, para desgosto do dono. Até que, certo dia, Steve conseguiu finalmente um pretexto para expulsar o garoto de sua loja.

Era quase hora de fechar a loja. Como sempre, Walter estava a admirar os animais. Dessa vez, um filhote de gato persa, extremamente valioso. O pequeno estava impressionado com a beleza do animal e tentou tirá-lo da gaiola. Mas, ao tentar satisfazer seu impulso, derrubou a pequena jaula e feriu o animalzinho. Garland ficou vermelho brilhante de raiva. Walter, braço de medo.

-PIRRALHO DE UMA FIGA!! SEU VERMEZINHO! OLHA O QUE VOCÊ FEZ! OLHA! QUASE MATOU MEU GATO! UM GATO PERSA! VOCÊ TEM ALGUMA IDÉIA DE QUANTO VALE? HEIN, SEU VERMEZINHO? SUMA DA MINHA LOJA E NÃO VOLTE NUNCA MAIS!! OUVIU? NUNCA MAIS!

Walter correu como o demônio correria da cruz. E nunca mais foi visto.”

Steve não sabia o porquê, mas nunca mais se esqueceu desse episódio. A imagem do rosto do garoto, apavorado, nunca mais saíra de sua cabeça. Mas também pudera: Garland era alto e musculoso, facilmente irritável. Qualquer pessoa temeria um acesso de raiva.

De repente, a campainha de sua loja toca, indicando que alguém acaba de entrar.
-Desculpe, estamos fechando. Se quiser, volte amanhã.

Ninguém responde. Um homem de sobretudo cinza estava parado em frente ao balcão. Tinha algo na mão. -Será que eu falo outra língua? Ou você é burro demais para entender que estamos fechando?

E virou-se para encarar o cliente. Ao ver seu rosto, Steve perdeu a fala. Era o mesmo garoto de anos atrás. Tinha certeza, reconheceria aquele rosto mesmo 50 anos mais velho.

-O que quer? Veio matar algum outro animal meu?

Então Walter mostra que tinha na mão. Era uma submetralhadora. Com um sorriso sádico, dispara contra todos os animais da loja, não poupando nenhum. Garland ficou horrorizado.

-DESGRAÇADO! DESGRAÇADO!!!! POR QUE FEZ ISSO? POR QUÊ?? ESTÁ LOUCO, É ISSO?

Walter virou-se e encarou Steve. Apontou-lhe a arma e fuzilou-lhe o corpo, exceto o peito. O homem caiu, agonizando. Walter terminou de descarregar a arma sobre o moribundo, sempre lhe poupando o peito. Estava feito. Agora só restava remover o coração do quarto pecador, coisa que fez com extrema calma. Antes de sair, escreveu os números 04/21 nas costas do morto. E deixou a loja, não sem antes trancá-la. Afinal, já era hora de fechar.

Tenha bons sonhos, se puder...

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